quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

múltiplas poéticas

Torquato 80

Vejo um tempo que não é mais tempo um urubu pousa no telhado Torquato já se foi de Teresina Irina nunca foi ao Piauí a cajuína não encontrei mais no mercado de um relógio sem ponteiros para que eu não me esqueça do passado

Torquato 80 - conheci em 1990 em Registro-SP um outro amante da poesia/obra de Torquato Neto: Wilson Coêlho - nesse 2024 comemoramos 34 anos de amizade e temos a  intenção de festejarmos essa trajetória - desafinando o coro dos contentes. 

                                              Artur Gomes 


quando nasci Torquato Neto

veio ler a minha mão

tinha chegado de Teresina

com uma garrafa de cajuína

e um livro na outra mão

me disse aberto e franco

não tenha medo do inferno

seja um poeta moderno

cheire as flores do mal

que a poesia de Baudelaire

vai te salvar no final

 

Artur Gomes 


por onde andará gigi mocidade

rúbia me chama de lady tempestade mas não sou estou aqui quieta no meu canto com este computador da abin para espionar  gigi mocidade que fugiu para o condomínio da barra e ainda não ensaiou sua coreografia especialmente criada por gonzaguinha de jesus para a mocidade independente de padre olivácio homenagear joão cândido o mestre sala dos mares no desfile da unidos do calabouço em brazilílica pereira a traição das metáforas na próxima terça gorda de carnaval na marquês de ururaí

 

Lady Gumes

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Múltiplas Poéticas

leia muito mais no blog

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imagem: Jean-Michel Basquiat 



  Filme: O Enigma do Colar - Produção de 2001

O ENIGMA DO COLAR

 

Hoje lembrei de um filme chamado "O Enigma do Colar", conta a história de uma mulher durante a revolução francesa, que foi ignorada pela rainha Maria Antonieta.

A jovem, tenta, ao longo da trama, recuperar o nome de sua família. Seu pai teria sofrido uma injustiça e caiu em desgraça.

A jovem, sentindo que era ignorada cada vez que ia ao castelo de Versalhes pedir uma audiência e explicar a situação, era sempre escurraçada. Então, teve uma idéia.

 Criou uma fake news em torno de um colar preciosíssimo, que expôs a Rainha. O filme dá a entender que a condenação de Maria Antonieta tem mais a ver com o colar do que a revolução em si.

 No final, quando a rainha está numa cela da prisão aguardando o momento de ir para a Guilhotina, recebe uma visita da jovem. A Rainha em prantos, finalmente dá atenção que a jovem tanto reclamou e lhe faz uma pergunta: "Porque você fez isso comigo?"

E a jovem então responde.

PORQUE VOCÊ ME IGNOROU!

 Nenhuma dor na vida é pior do que a de ser ignorada.

Indiferença e ignoramento são coisas diferentes.

Indiferença é quando você vê o outro como algo genérico, você não sabe seu nome, nunca olhou em seus olhos, já o ignoramento é a pior de todas as torturas, porque você sabe quem é o outro e, por um mecanismo sutil, faz o outro perceber que não tem qualquer valor pra você.

 

                                                 Jidduks



Com meus seis filhos, comemorando os 82 anos. Vale a postagem de um poema.

Ainda sou capaz de, em sonhos,
pelechar meu galo
pra brigar na rinha,
manter pendengas
e nadar um rio?

Sim, ainda sou capaz!

e, delirando,
estumar meu cão
pra caçar preá,
fender bravatas com meu riso torto
e desgraçado?

Sim, ainda sou capaz!

e, me iludindo,
excitar mulheres,
minhas e alheias,
inundar seus ventres
e controlar seus gozos?

Sim, ainda sou capaz.

então, ainda sou capaz de mudar o mundo
porque o mundo sempre é
o resultado de nossa louca fé
em nossa mais sagrada alucinação.

de Nelson Calunga, personagem do meu romance, Do Grande Medo, Livro II, O Tentáculo.

Vindo aí nova edição!   

                         Winston Churchill Rangel



LADO B

 Cesar Augusto de Carvalho é dono de uma escrita potente, instigante e de uma sutileza e humor quase britânicos. Muitos desses traços já se revelavam em seus livros mais recentes “Histórias de Quem” e “Raul e Eu” e se mostram ainda mais fortes em seu último livro “Lado B”, em fase de lançamento pelo selo Laranja Original.

Nos oito contos desse livro Cesar pinça, sem precisar lhes fazer qualquer referência direta, alguns dos momentos mais trágicos da história de nosso país, como a ditadura militar e mais recentemente as ações que flertaram com o autoritarismo e com práticas negacionistas e fascistas, sem deixar de relembrar alguns dos riscos que a humanidade correu em diferentes períodos da história mundial de sucumbir ao autoritarismo.

Apresentado dessa forma seria normal se esperar um livro recheado de citações históricas e um forte tom panfletário. Esqueça! Nada disso está presente nesse livro. Nele você estará muito mais próximo de encontrar muitas referências da mitologia grega como o Minotauro, já presente em outras obras do autor, ou a Caixa de Pandora sendo aberta e libertando todo o mal do universo, como a pandemia e o autoritarismo. O primeiro conto ‘Lado B’, mesmo nome do livro, já conduz o leitor para esse universo paralelo que se desenhará por todo ele, perambulando por um mundo distópico, mas no qual não deixamos de identificar claramente personagens e passagens históricas.

A cada novo conto vamos identificando personagens, muitas vezes de extrema inocência e ingenuidade, que desaparecem nos porões da ditadura, que se calam frente ao Golpe, que vivem sob controles virtuais, que são intimados sem motivos, intimidados e obrigados a utilizar algo como um ridículo bigode ao estilo Hitler. Os contos nos apresentam também algumas das “sombras” do poder, ou será o poder a sombra desses personagens que resistem e sempre se multiplicam pelos porões e pelos mais escuros labirintos. Neles estão também os amigos do poder, que se escondem e se alimentam nesse mundo paralelo, em mansões de Brasília ou em uma Terra do Nunca onde todos os atos se justificam, onde o bem e o mal percorrem trilha única.

Sem nada dizer, mas tudo nos falando, o livro Lado B de Cesar Augusto de Carvalho é um retrato de um momento terrível que passamos recentemente em nosso país, mas é também um alerta para que não baixemos a guarda e jamais nos rendamos a qualquer modelo de autoritarismo.

Que vivam os livros e o livre pensar, sob o risco de nos vermos obrigados a conviver com a força e a negação de tudo por um século ou muito mais, como nos mostra Cesar no conto que fecha esse belo livro

                                         Marcelo Brettas

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

múltiplas poéticas


os loucos e os sãos
os profetas e os pagãos
nós e eles
os jovens e os anciãos

morreremos
todos

de amor
de dor
de fome ou nutridos
com ou sem dinheiro
por doença
ou desespero

morreremos

por indiferença
imprudência
ou experiência
mesmo com os avanços
da ciência

não há manto que proteja
da sentença derradeira
em alguma semana
no sábado
ou na segunda-feira

morreremos

a vida é para ser morrida
a cada dia

não há
remédio que anule
os dias morridos
nos brindes do bar
ou fator que proteja
os efeitos na pele
do bronze
no banho de mar

não há reza
que impeça
o corpo (de)formar
outro corpo virá
com ou sem cirurgia
cremes e as demais liturgias
não há

talvez você acredite
na centelha divina
na carne que padece
e fenece
por castigo
mesmo com prece
no limite do corpo
mas na alma
que prevalece

ainda assim
morreremos

aqui
onde tudo acontece

o beijo que apetece
o sexo que oferece
o trabalho que aborrece
a solidão que emudece
o dia que amanhece
e a noite que esquece

morreremos

aqui
onde a casa foi construída
os filhos foram criados
a lágrima foi acolhida
e os abraços apertados

morreremos

ou talvez
você seja um daqueles
que crê no fim
simplesmente
no pó que alimentará
a terra quente
pra brotar nova semente

indubitavelmente
quem diz
que a vida é para ser vivida
mente

e cria essa agonia
de ser feliz
a qualquer custo
todo dia

uma ilusão produzida
pra vender uma saída
incoerente

ao medo de morrer
vivemos

brutalmente
excludentes
e indiferentes
às vidas morridas
cotidianamente

Flávia Gomes

Foto tirada por mim, na Floresta da Tijuca,


Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen
In “Dia do Mar”


tentáculo

aqui
virei quartel do passado
como um flerte a tudo que angustia e anima sem entretela

sou como visto ao longe como nunca se viu
nenhum binóculo com sua exatidão consegue alcançar os meus passos

mesmo a noite nessa dimensão surreal
meu espirito e seus ladrilhos
são como cães afoitos
tentando conter a fome do mundo e a cor que atravessa os seus dias como nunca se viu entre nós

só me resta chorar muito
como um carretel sem fim
por sobre a árvore que me viu nascer até ir embora dessa esfera exatamente como um alçapão no morro por onde os pássaros confabulam bíblias sem olhos e refratárias paisagens de mim e dos outros portos pedintes do muito que anoitece e flora.

Carlos Gurgel



                             éramos assim

anjos quase

mas nem tanto

me dizia

EuGênio Mallarmè

as Flore do Be-Me-Quer

podem ser Mal

me dizia Baudelaire

 

Federika Lispector

https://fulinaimicamente.blogspot.com/


 

se eu soubesse
diria teu nome
essa fome
sangrando janeiros
tuas pernas abertas
ao medo

....................................................

o estômago sempre vazio
é um órgão criativo
esqueça a escassez
alimente incêndios
de poetas
o inferno está cheio

....................................................

os pássaros sabem
o salto contém a queda
para voar
é preciso
cortar asas

.......................................................

se eu soubesse
um verso faria
teus olhos fechados
para reforma
as garrafas não falam
sozinhas

.........................................................

um léxico
de silêncios
para melhor
ouvir
os pelos
crescendo

.........................................................

ela sabe
o que eu não sei
enfiar a língua
até o fundo
do meu ouvido
exterminar a paz
dos domingos
estar ausente
apenas
sendo

garbo gomes

21.01.23

Ilustração :
Cidade submersa
Óleo sem tela
( 42 × 30 )
Ivo Machado 

— em União da Vitória


MANTO DE FLORES
.
Quando eu morrer, não quero flores sobre o meu caixão.
As flores devem enfeitar a vida e não a morte.
Não matem as flores, arrancando-as do chão.
Não as culpem pelo meu azar ou pela minha sorte.
.
Deixem-nas vivas, perfumando e espalhando o seu encanto,
colorindo os campos e as cidades, do Sul ao Norte.
Quando eu morrer, não quero flores mortas como manto:
por que tirar a vida delas pra celebrar a minha morte?
.
Quando eu partir, não me cubram com flores.
Que ninguém as arranque na minha despedida,
ceifando o seu perfume e apagando as suas cores.
.
Não há motivos pra que chorem na minha partida.
Amei, fui amado e tive mais prazeres do que dores.
Vivam felizes, que serei feliz nos jardins da outra vida.
.
Remisson Aniceto


 

Soy letras...
Un suspiro...
Ese poema que se desangra
entre la madrugada
y el insomnio que me atormenta.

Soy esa canción
que en la radio suena.
Así,
de pronto,
cuando sin querer,
mi soledad te piensa.

Soy quien te anhela...
quien te escribe....
quien va esparciendo latidos
de un corazón en tu espera...

Soy
quien jamás dejará de sentirte,
de amarte,
sabiendo que no llegas...
Quien se abraza a tu sombra,
se duerme en tu recuerdo
e inmola su mañana
sacrificádose en tu ausencia.

Lau
🎀
Laura Defilippi

BS.AS.🇦🇷Argentina


04 Poemas/Tankas do livro (INÉDITO) "Lua Perfumada – Foices de Gazzah",
***

verão em tormenta.
a criança assiste a pandorga
cair como pedra.

luzes imprimem às rochas
uma explosão de crisântemos.

*

à luz da lua
conta histórias sobre o amor
a mãe palestina.

ruído do choro da corça
e o vento através das tâmaras.

*

seu rosto era angelical
porém os olhos – imóveis.

tâmaras e crianças
no lodo – o céu turvando
à sombra de obuses.

*

ventos cortantes.
lentamente, lentamente
criança inala o ar.

sob seus pés flutuam pássaros
e o mundo inteiro se cala.

*

imagem: "Keffiyeh", by Ziul Serip. 


Te busqué en otras letras,
otra boca,
otros versos..

Te busqué en otros labios,
otra piel,
otro cuerpo...

Te busqué en otra luna,
otro suspiro,
otro sueño...

Y me fue imposible amarlo
cuando sus manos me recorrieron...
se me hizo escarcha sentirlo,
se me hizo hielo tenerlo...
Recogí mis ropas del piso...
Y me marché,
con el fantasma de tu recuerdo.

Lau
🎀
Laura Defilippi

BS.AS.🇦🇷Argentina


Espero a tua vinda
a tua vinda,
em dia de lua cheia.

Debruço-me sobre a noite
a ver a lua a crescer, a crescer...

Espero o momento da chegada
com os cansaços e os ardores de todas as chegadas...
Espero a tua vinda
a tua vinda,
em dia de lua cheia.

Debruço-me sobre a noite
a ver a lua a crescer, a crescer...

Espero o momento da chegada
com os cansaços e os ardores de todas as chegadas... 

 

Fernando Namora


PARTIU-SE O SOL


Partiu-se o Sol
entre nuvens de cobre.
Dos montes azuis chega um ar suave.
No prado do céu,
entre flores de estrelas,
vai a Lua em crescente
como um gancho de ouro.

Pelo campo, (que espera os tropéis de almas),
vou carregado de tristeza.
Pelo caminho só.
Porém o meu coração
um raro sonho canta
duma paixão oculta
em lonjura sem fundo.

Ecos de mãos brancas
sobre a minha fronte fria,
paixão que maturasse
com o choro dos meus olhos!

* Tradução de Tomás Sottomayor.

* * *

PARTIU-SE O SOL

Partiu-se o sol
entre nuvens de cobre.
Dos montes azuis chega um ar sonoro.
No prado do céu,
entre flores de estrelas,
a lua vai em crescente
como um garfo de ouro.

Pelo campo (que espera os tropéis de almas),
vou carregado de pena,
pelo caminho só;
porém o meu coração
um raro sonho canta
de uma paixão oculta
a distância sem fundo.

Ecos de mãos brancas
sobre a minha fronte fria,
paixão que se madurou
com pranto de meus olhos!

LORCA, Federico García. "Se ha quebrado el sol" / "Partiu-se o sol". In:_____. "Poemas esparsos". In:_____. Obra poética completa. Tradução de William Agel de Melo. Brasília: Editora U. de Brasília. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

SE HA QUEBRADO EL SOL

Se ha quebrado el sol
entre nubes de cobre.
De los montes azules llega un aire suave.

En el prado del cielo,
entre flores de estrellas,
va la luna en creciente
como un garfio de oro.

Por el campo (que espera los tropeles de almas),
voy cargado de pena,
Por el camino solo;
Pero el corazón mío
un raro sueño canta
de una pasión oculta
a distancia sin fondo.

Ecos de manos blancas
sobre mi frente fría
¡pasión que maduróse
con llanto de mis ojos!

 

Federico Garcia Lorca


Menino do Bairro Negro


"Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também

Negro, bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre, o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há de um dia cantar
Esta canção

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Se até dá gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há de amar
Menino, a ti

Se não é fúria, a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás de aprender
Haja o que houver

Negro, bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre, o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há de um dia cantar
Esta canção."

 

José Afonso


Diálogo

E se eu morresse em um dia de sol?
Tudo tão azul.
Nada na cabeça.
Eu me deixando ir
No caminho suave
Das nuvens brancas.

(Sensação de partida
Um último olhar sobre as flores)

Seria um dia feliz.
Um dia de sol.
Repleto de sons e risos.
Faria da morte um acontecimento diferente
Nada de choro ou céu nublado,
Só a tranquilidade de mais uma tarde.
O cheiro do café.
As brincadeiras das crianças
As frutas cheirando no quintal.
Um belo dia de sol.

E, a morte seria branda.
Sem temporais ou premonições.
Só o silêncio do imóvel coração.
Que repousa frio,
Em alguma beira de riacho
No torpor da tarde quente.

Ádila Cabral. 


Frémito
*

Frémito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te,

Olhos buscando os teus olhos por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!

E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas …

E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas …

 

Florbela Espanca

*
Arte: ELENA CHECCHI




RUY GUERRA - Arte e Revolução (CINEMA, CRÍTICA, 2019) 

Adilson Mendes org. 

“Ruy Guerra: arte e revolução” é a reunião de diferentes olhares sobre o trabalho do cineasta nas décadas de 1960 e 1970. Reflexões do próprio artista comparecem ao lado de escritos de época e análises recentes produzidas no campo universitário. 

Rogério Sganzerla, Roberto Schwarz, Glauber Rocha, Alex Viany, Jean-Claude Bernardet, Paulo Emílio Sales Gomes, Jairo Ferreira e outros debatem a obra de Guerra em ensaios, críticas de jornal e acadêmicas, anotações e entrevistas.

 

O livro se concentra nos primeiros filmes do cineasta concluídos no Brasil: “Os cafajestes” (1962), “Os fuzis” (1963), “Os deuses e os mortos” (1970) e “A queda” (1976), co-dirigido com Nelson Xavier.

Organização pelo historiador Adilson Mendes.

 

ADILSON MENDES é historiador pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com mestrado e doutorado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Autor de “Trajetória de Paulo Emílio” (Ateliê, 2013), desenvolve pesquisa

de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-graduação de Comunicação na Universidade Anhembi Morumbi.

Capa Brochura - formato 14x21 cm - páginas 312 

Claudinei Vieira – Desconcertos Editora 


Esperança

"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."

Mario Quintana 


Sarau Campos VeraCidade

Sarau Campos VeraCidade   Dia 15 de Março 19h - Palácio da Cultura - música teatro poesia   mesa de bate-papo :um olhar sobre a cidade no qu...