quinta-feira, 31 de março de 2022

cia desafio de teatro

 


Cia Desafio De Teatro

 A Cia Desafio De Teatro foi criada por Artur Gomes, em 2014, no SESC Campos, no Curso de Artes Cênicas dirigido por ele até 2016. No SESC o elenco da Cia era formado pelos alunos do Curso que resultou em 4 montagens:

 Nos Tempos da Foto Novela – 2014

Uma Noite De Natal – 2014

Waterkis – Selecione Água  2015

A Nossa Casa É Um Teatro – 2016

 De 2015 a 2017 a Cia Desafio de Teatro atuou no SINASEFE no Curso de Teatro MultiLinguens participando com encenações no Sarau Baião De Dois. Em 2017 a Cia participou também com encenações diversas no Sarau Manguinhos Vive, na praia de Manguinhos em São Francisco do Itabapoana.

 A partir do mês de maio, a Cia Desafio de Teatro passará a atuar na ONG Beija Flor – Casa da Solidariedade em Gargaú, dentro da programação do Projeto Arte e Cultura, com uma proposta de Teatro Popular para encenações em espaços não convencionais.

leia mais no blog

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com

terça-feira, 29 de março de 2022

agora não se fala mais

 


AGORA NÃO SE FALA MAIS

Agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início:

Agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.

Você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:

só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim
do fim de tudo
e o tem do tempo vindo:

não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento

Torquato Neto
 

www.fulinaimacentrodearte.blogspot.com


a Arte que me interessa

é sem mordaça
há muito tempo
minha boca do inferno
perdeu sua cabaça
pelo prazer de gozar
e fazer do gozo

a arte do bem viver

Cristina Bezerra

www.fulinaimargem.blogspot.com


poética


ela não conhece
a saliva em minha língua
o sal
o mel
o gosto
entre/pasto
entre/posto
em sua língua
muda cala
por isso appalo seco
em sua fala

Federico Baudelaire

www.personasarturianas.blogspot.com


1º de Abril


telefonaram-me
avisando-me que vinhas
na noite uma estrela
ainda brigava
contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam homens indefesos
esperei-te 20 anos
até hoje não vieste à minha porta

Artur Gomes
dos livros : Couro Cru & Carne Viva – 1987
e Pátria A(r)MADA – 2019

www.arturgumesfulinaima.blogspot.com


entre o que fala

e cala
a cara
abre-se
dentro da
madrugada
desperta
aperta o nó
e segue
alerta
contra o som
de onde não venho

o silêncio
grita entre
a janela e a porta
e no quintal dos fundos
o mundo ronca
sobre tudo
aquilo
que não tenho

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

www.secretasjuras.blogspot.com


segunda-feira, 28 de março de 2022

o homem com a flor na boca



Passaporte para uma viagem ao desconhecido

Novo e-Book do poeta Artur Gomes já está na fita, clica baixa gratuitamente e lê:
https://jidduksonline.com.br/ornitorrincobala-arturgomes.../


cacomanga

na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais

 Do livro Pátria A(r)mada

www.arturgumesfulinaima.blogspot.com

Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com




LeminskiAndo em Cena


quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não sustenta um olhar que demora
diante do meu centro
este poema me olha

ali
se Alice ali se visse
quando Alice viu e não disse
se Alice ali se dissesse
quanta palavra veio
e não desce
ali bem ali
dentro da Alice
só Alice com Alice
ali se parece

Paulo Leminski 





Com Os Dentes Cravados Na Memória

Relatório

I

na sala ficaram cacos de pratos
espalhados pelo chão. pedaços do corpo retidos
entre o corredor, após o interrogatório.
um cheiro forte de pólvora e mijo
misturados a dois ou três dias sem banho
depois de feito sexo.
só o fogo da verdade exalando odor e raiva
quando em verde, conspiravam contra nós.

em são cristóvão o gasômetro vomitava
um gás venoso nos pulmões já cancerados
nos quartéis da cavalaria.

II

me lembro.
o sentimento era náuseas, nojo, asco,
quando as botas do carrasco
bateram nos meus ombros com os cascos.

jamais me esquecerei o nome do bandido
escondido atrás dos tanques
e
se chamavam:
Dragões da Independência
e a gente ali na inocência.
comendo estrumes. engolindo em seco
as feridas provocadas por esporas.
aguentando o coice, o cuspe,
e
a própria ira
dos animais de fardas
batendo patas sobre nós.

III

com a carne em postas sobre a mesa,
o couro cru, o coração em desespero,
o sangue fluindo pelos poros, pelos pelos.

eu faço aqui
meditações sobre o presente
re cri ando
meu futuro.
tendo o corpo em cada porta
e a cara em cada furo.

tentando só/erguer
as condições pra ser humano
visto que tornou-se urbano
e re-par-tiu
se
em mil pedaços
visto que do sobre-humano
restou cabeça, pés, e braços.

Artur Gomes
Couro Cru & Carne Viva – 1987
O Poeta Enquanto Coisa

www.secretasjuras.blogspot.com

Sarau Campos VeraCidade

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