segunda-feira, 6 de março de 2023

Pedro Tostes

 

COMO LER UM LIVRO DE POESIA

Recomenda o bom gosto e o
bom senso que o
leitor faça as leituras
na ordem constituída
e na tessitura proposta
pelo autor.

No entanto, não raros
leitores não se apegam
a tais convenções,
folheando desavisadamente o
livro e esperando que
alguma pétala exploda.

Há livros de poesia
que demandam
uma relação carnal
enquanto outros são
pluma no vagão de um metrô.

Acontece a muitos livros
não se desvendarem por completo
de uma vez, sendo degustados aos
poucos no passar dos anos e horas.

Isso pois um livro de poesia
é também um oráculo
que consulto para saber
como vai ser meu dia -
mais até do que a astrologia!

A poesia é um libelo contra
a verdade constituída,
uma armadilha pronta para pegar
um incauto ou mesmo uma
avalanche soterrando sentidos.

POR QUE LER OS CLÁSSICOS

É que hoje os dias
são mais breves e
a cada passo estreita
o precipício.

E a vida às vezes
bate firme
e é preciso ter
pescoço duro
pra não ir a
nocaute.

Não se deve jogar
esperando ter o
nome em uma placa
dourada brilhante.

Um diamante é
sempre rígido e constante
e mesmo bruto
carrega em si o peso
de sua glória.

Pois mesmo que falsários
escondam do sol a
sua luz
a chuva sempre lava
a terra e após a
enchente dentro da lama
a vida guarda suas
sementes.

Jardim Minado

O amor
este
jardim minado
por onde
caminhamos abraçados
lado a lado
com o inimigo.

Este conto
de safadas
farsa
mal contada
- mentira reinventada
na qual
sempre acabamos
caindo
novamente.

Olha,
olha ali.
Do outro
lado da pista!
Não é ali?!
não é ali?!
que morreu
o coração
atropelado por um taxista?

dos livros - Casa Mata de Si e Jardim Minado

Pedro Tostes é poeta reincidente e insistente. Graduado Nos Rolês com PhD em Pilantropia Cultural. Seus crimes foram mais conhecidos como "o mínimo" (2003), "descaminahr" (2008), "jardim mminado" (2014) e esta mais recente contravemção "na casa mata de si" (20019) pela Editora Patuá. Foi detido, averiguado e apresentado pelas atoridades por porte e comercialização de livros em prestigiosa Festa Literária. Com a organização delituosa "Poesia Maloqueirista", entre outros crimes, editou a infame revista "Não Funciona", querealizou 20 golpes de 20 mil incidências literárias na primeira década do século. Apesar de aparência dócil e gentil, o indivíduo citado apresenta alta periculosidade. Sua cabeça está a prêmio. Caso o encontre, favor informar às autoridades. 

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