Cia
Desafio De Teatro
Uma Noite De Natal – 2014
Waterkis – Selecione Água
2015
A Nossa Casa É Um Teatro – 2016
leia mais no blog
o rio com seus mistérios molha meu cio em silêncio desejo o que nos separa a boca em quantos minutos a língua solta na fala
Cia
Desafio De Teatro
Uma Noite De Natal – 2014
Waterkis – Selecione Água
2015
A Nossa Casa É Um Teatro – 2016
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AGORA
NÃO SE FALA MAIS
Agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início:
Agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.
Você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:
só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim
do fim de tudo
e o tem do tempo vindo:
não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento
Torquato Neto
www.fulinaimacentrodearte.blogspot.com
a Arte que me interessa
é sem mordaça
há muito tempo
minha boca do inferno
perdeu sua cabaça
pelo prazer de gozar
e fazer do gozo
a arte do bem viver
Cristina Bezerra
www.fulinaimargem.blogspot.com
poética
ela não conhece
a saliva em minha língua
o sal
o mel
o gosto
entre/pasto
entre/posto
em sua língua
muda cala
por isso appalo seco
em sua fala
Federico Baudelaire
www.personasarturianas.blogspot.com
telefonaram-me
avisando-me que vinhas
na noite uma estrela
ainda brigava
contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam homens indefesos
esperei-te 20 anos
até hoje não vieste à minha porta
Artur Gomes
dos livros : Couro Cru & Carne Viva – 1987
e Pátria A(r)MADA – 2019
www.arturgumesfulinaima.blogspot.com
e cala
a cara
abre-se
dentro da
madrugada
desperta
aperta o nó
e segue
alerta
contra o som
de onde não venho
o silêncio
grita entre
a janela e a porta
e no quintal dos fundos
o mundo ronca
sobre tudo
aquilo
que não tenho
Artur Gomes
O
Poeta Enquanto Coisa
Fulinaíma MultiProjetos
Passaporte
para uma viagem ao desconhecido
Novo e-Book do poeta Artur Gomes já está na fita,
clica baixa gratuitamente e lê:
https://jidduksonline.com.br/ornitorrincobala-arturgomes.../
cacomanga
na roça desde cedo comecei a escavar palavras e
separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para
os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de
mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a
liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais
www.arturgumesfulinaima.blogspot.com
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não sustenta um olhar que demora
diante do meu centro
este poema me olha
ali
se Alice ali se visse
quando Alice viu e não disse
se Alice ali se dissesse
quanta palavra veio
e não desce
ali bem ali
dentro da Alice
só Alice com Alice
ali se parece
Paulo Leminski
Com Os
Dentes Cravados Na Memória
Relatório
I
na sala ficaram cacos de pratos
espalhados pelo chão. pedaços do corpo retidos
entre o corredor, após o interrogatório.
um cheiro forte de pólvora e mijo
misturados a dois ou três dias sem banho
depois de feito sexo.
só o fogo da verdade exalando odor e raiva
quando em verde, conspiravam contra nós.
em são cristóvão o gasômetro vomitava
um gás venoso nos pulmões já cancerados
nos quartéis da cavalaria.
II
me lembro.
o sentimento era náuseas, nojo, asco,
quando as botas do carrasco
bateram nos meus ombros com os cascos.
jamais me esquecerei o nome do bandido
escondido atrás dos tanques
e
se chamavam:
Dragões da Independência
e a gente ali na inocência.
comendo estrumes. engolindo em seco
as feridas provocadas por esporas.
aguentando o coice, o cuspe,
e
a própria ira
dos animais de fardas
batendo patas sobre nós.
III
com a carne em postas sobre a mesa,
o couro cru, o coração em desespero,
o sangue fluindo pelos poros, pelos pelos.
eu faço aqui
meditações sobre o presente
re cri ando
meu futuro.
tendo o corpo em cada porta
e a cara em cada furo.
tentando só/erguer
as condições pra ser humano
visto que tornou-se urbano
e re-par-tiu
se
em mil pedaços
visto que do sobre-humano
restou cabeça, pés, e braços.
Artur Gomes
Couro Cru & Carne Viva – 1987
O Poeta Enquanto Coisa
No próximo dia 23 às 16:hs à convite da minha amiga Renata Barcellos BarcellArtes estaremos nessa live em homenagem a memória de Antônio ...