Há quase 2 anos ando nessa procura e ninguém ainda me
respondeu essa loucura
as vezes o vejo nos ruídos nas ranhuras
mas aí ele desaparece nas sombras da parede e se mistura e
me parece que está numa gravura as vezes de VanGog outras vezes César Castro se
veste de Zeus em noites de bacantes se traveste Dionísio e me oferece um vinho
me arruma a cama e me deixa em desavinho
Rúbia
Querubim
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sem poesia a vida fica vazia
foto: Welliton
Rangel na Geleia Geral - Revirando A Tropicália - 1ª Edição
-Santa Paciência - Casa Criativa - Rua Barão de Miracema, 81 - Campos ex-dos
Goytacazes
grafitemas e figuralidades
estou escrevendo um mini conto um grafitema umas
figuralidades não é coisa de cinema a mais nua e crua realidade certa noite ela
me veio não era sonho era uma noite de chuva com seus dois grandes olhos e mãos
tão pequenas como quem grafita na areia um espelho d´água à beira mar na lua
cheia vinha vestida de letras como o som da flauta de bambu dentro do fonema
veio de longe da outra margem do rio dentro da tapera o cauim me trouxe na
tigela bebi como índio na hora que vê nascer o filho beijei teus cabelos de
milho e ela me perguntou quem eu era
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Jura Secreta 44
para Juninho Vaccari
eu sou o outro que habita
dentro do meu outro eu
não a casca da cápsula
da carcaça aqui de fora
o que se vê no espelho
é só miragem
- Narciso mergulhado
à própria sombra -
o cavalo
na folhagem esse sim
é o que se vê na tela
quando a câmera revela
o concreto da outra pessoa
que não sou
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux - 2018
imagem: Felipe Stefani
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no poema o que ficou?
para Cesar Augusto de Carvalho
no poema ficou caco de vidros
azulejando nos azuis
no poema ficou o corte mais aberto
o sangue mais secreto
tanto mal secando blues
no poema ficou a língua cega
a faca desdentada
a fome afiada onde era mel agora é pus
no poema ficou o obsceno não sagrado
o beijo ensanguentado
o abstrato do concreto
no poema ficou um objeto
um soneto esfacelado
um hiato no decreto
no poema ficou mais um retalho
mais um trapo do espantalho
nesse circo abjeto
no poema ficou o sangue amargo
numa noite quase nada
num curral analfabeto
no poema ficou a escuridão
nuvens de cinzas
onde antes era luz
no poema eu fiquei de pé quebrado
no velório esquartejado
nessa terra de tanta cruz.
segunda edição lançamento em setembro
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