terça-feira, 26 de novembro de 2024

- O Poeta Enquanto Coisa

É Hoje!
poetas confirmados para particiapações:

Abel Coelho, Alessandro de Paula, Antonio Carlos Pedro, Arnaldo Afonso, Beatriz Helena Ramos do Amaral, Benedito Bergamo, Bety Vidigal, Carolina Montone, Celso de Alencar, Claudio Daniel, Claudio Laureatti, Deolinda Nunes, Deslandi Torres, Dilene Barreto,
Dione Barreto, Elcio Fonseca, Fabiano Fernandes Garcez, Flora Figueiredo, Franklin Valverde, Ieda Estergilza Abreu, Ikaro Max, Joaquim Celso Freire, José Antonio Gonçalves, Junior Belle, Manogon Manoel Gonçalves, Marcelo Brettas, Marlene Araujo, Moreira de Acopiara, Noélia Ribeiro, Renata Magliano Marins, Roberto Bicelli, Rosani Abou Adal, Roza Moncayo, Rubervam Du Nascimento, Sandra Regina, Sergio Ravi Rocha, Shirlene Holanda, Silvia Helena Passarelli

leia mais no blog 

o dia passa
a noite passa
poesia passa
passagem passa
cerveja passa
conhac passa
música passa
poema passa
desejo passa
paisagem passa
vinho passa
a uva passa
a vida passa
a viagem continua

Artur Gomes
leia mais no blog
https://fulinaimagens.blogspot.com/


O Poeta Enquanto Coisa, de Artur Gomes -  lançado em 2020 pela Litteralux com prefácio de Igor Fagundes, tem relançamentos dia 3 de dezembro 19h, na Balbúrdia Poética 4,  Patuscada, Livraria Café & Bar – Rua Luís Murat, 40 – São Paulo-SP e dia 7 de dezembro no Saralpha - Alpharrabio, Santo André-SP

Artur Gomes – assinatura por vir, heteronímica, heteromórfica – assim apresenta em O poeta enquanto coisa suas juras não mais secretas, mas públicas, ainda púbicas, aos afetos que compõem e decompõem sua literaturavida. Seus versos são rascunhos, rasuras e ranhuras a passar a limpo os nexos e os nervos de sua fatura formal e estilística, deixando sobre a página tanto um rastro de unha quanto o esmalte dos escritos e vozes que em sua alma avultam e nos dedos instauram cutículas.  

Fragmento do prefácio de Igor Fagundes, doutor em Letras pela UFRJ, autor os livros Pensamento Dança, Macumbança e do recém lançado Santo. 

leia mais no blog

https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/


                “hoje não tem fernando pessoa”

                            Caetano Veloso

       in é proibido proibir – 1968

 

meu corpo não trafega

nas tabacarias de lisboa

o poema pode ser

um beijo nessa pedra

    antes que me fedra

o poema voa


traição grega

 

helena me deu

um cavalo de pau

me jogou no vento

me pegou em troia

me roubou a jóia

me deixou em trento


libertinagem

 

tudo entre nós é fresta

antes depois da festa

que ainda nem começou

inútil explicar o poema

o Dedo de Deus

estrela do mar

serra da Mantiqueira

inútil tentar entender a beleza

do azul/marinho da Portela

o verde/rosa da Mangueira

inútil querer saber de mim

se FlorBela ainda vive

no outro lado da janela

ou nos Retalhos Imortais do SerAfim

se foi Cândido Portinari

quem pintou as portas de entrada da favela

ou se foi Rúbia Querubim 

 

Artur Gomes

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

leia mais no blog

https://fulinaimagens.blogspot.com/


B

no coração dos boatos

 

isso aqui não é a hora da estrela, minha mãe não é alice.

que apesar de freira, de hábito, só tinha o vício de me prender por entre o crucifixo colocado entre as suas pernas.

macabea vivia  falando sozinha pelos corredores federais da outra inquisição.

conseguia de vez em quando reunir alguns habitantes mal informados sobre a ressurreição das artes aromáticas , e passava o tempo querendo mostrar seus dotes culinários nua e crua.

estuprada pelos estivadores daquele cais do porto tentou arrancar o sexo com as unhas e enlouqueceu uivando como loba amarrada a santa cruz

de uma cabrália velha igrejinha

 

enquanto na primeira missa

o galo camões bem galinha

chocando o ovo do índio

ou

pero vais que caminha


Artur Gomes 

In BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas - Alpharrabio Edições - 2000

https://braziliricapereira.blogspot.com/


                                    Um rio

 

Era uma vez…

Um rio

Que de tão vazio,

já não era rio

e nem riachão,

tão pouco riacho.


Não era regato,

nem era arroio,

muito menos corgo.


Era uma vez…

um rio

que, de tanta cheia,

já não era rio

e nem ribeirão.


Era mais que Negro,

era mais que Pomba,

era mais que Pedra,

era mais que Pardo,

era mais que Preto,

bem maior ainda

que um rio grande.


Era uma vez…

um rio

que de tão antigo

era temporário,

era obsequente,

era um rio tapado

e antecedente.


Que não tinha foz,

que não tinha leito,

que não tinha margem

e nem afluente,

tão pouco nascente.


Mas que era um rio.


Não era das Velhas,

não era das Almas,

não era das Mortes.


Era um Paraíba,

era um Paraná,

era um rio parado.


Rio de enchentes,

rio de vazantes,

rio de repentes:

Um rio calado:


Sem Pirá-bandeira,

Sem Piracajara,

Sem Piracanjuba.


Em suas águas

não havia Pira

não havia íba,

não havia jica,

não havia juba.


Nem Pirá-andira,

nem Piraiapeva,

nem Pirarucu.


Era um rio assim:

Sem pirá nenhum.


Mas que era um rio.


Era uma vez….

Um rio.


Que, de tão inerte,

Já não era rio.


Não desaguou no mar,

não desaguou num lago,

nem em outro rio.


É um rio antigo,

que de tão contido

não é natureza.

Um dia foi rio,

há muito é represa.

 

Antônio Roberto Góis Cavalcanti(Kapi)

 

foto: Artur Gomes

leia mais no blog

https://fulinaimargem.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Balbúrdia PoÉtica 5

        Balbúrdia PoÉtica 5 Dia 5 – Abril – 16h Na Academia Campista de Letras Parque Dr. Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Go...