sábado, 17 de agosto de 2024

da nascente a foz um rio de palavras

o último goytacá

 

quando te tocar

é para alvoroçar os teus cabelos

eriçar teus pelos

molhar os teus mamilos de saliva

                         com essa língua viva

 aqui na minha boca

 

o último goytacá

       coisa muito louca

 feiticeiro – resistente

mastiga os mamilos da musa

armado de poesia até os dentes 

 

Agro Negócio

 

em nome da produção de alimentos

os assassinos do planeta

matam em nome de deus

se travestem em salvadores da pátria

 

qualquer palavra eu invento

na carnadura dos ossos

na escriDura do éter

na concretude do vento

na engrenagem da sílaba

vocabulário onde posso

dar nome próprio ao veneno

que tem o Agro Negócio

 

sendo a dor o que me resta

do pulmão desta floresta

só me cabe erguer o grito

com a gana dos aflitos

antes que a morte faça festa

 

sagaraNAgem

a engrenagem

desta vez mais funda

onde nervo/osso

se encontra lá no fundo

cada vez mais poço

 

quem tem sangue na veia

nem guaiamum nem caranguejo

mas também sente essa dor

na salivado desejo

em tua língua meu amor

e que a lama desse mangue

possa parir alguma flor

 

projeto foto poesia

FULINAÍMA MultiProjetos

Artur Gomes - poesia fotografia

fulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 0 WhatSaap

http://arturkabrunco.blogspot.com.br/2016/07/agro-negocio.html


a traição das metáforas

 

pássaro sem teto acima do delírio

coração de porco crava no oco da noite

a faca cega punhas de cinco estrelas

na constelação do cão maior

 

sob as pedras a água escorre

cada vez mais longe de mim

 

as vezes pergunto sim

as vezes respondo não

qual o sentido da folha

despetalada no chão?

 

áfrica sou raíz & raça

orgia pagã na pele do poema

 

um feixe de luz

contra a parede das ruínas

nos  seios deste terra eu vi

 

 

 

projeto foto poesia

FULINAÍMA MultiProjetos

Artur Gomes - poesia fotografia

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o que vem do mar

 

os búzios não mentem jamais

no que vem do mar além de mim

em seus mistérios muito mais

o que vem do mar é salgado

o que vem do mar é sagrado

o que vem do mar eu não vendo

o que vem do mar não revendo

o que vem do mar eu não falo

o que vem do mar não empresto

o que vem do mar é meu falo

posso jurar que não presto

o que vem do mar que já fui

o que vem do mar o que sou

o que vem do mar me reflui

o que vem do mar eu te dou

 

Federika Lispector

https://arturgumes.blogspot.com/


 

Amanhã 30/08 -  2024 – é Nós em nome da Poesia dos cachorros loucos

 

nasci em agosto

a contragosto

pai não me disse

       mãe também

o preço da vida

o remédio pra ferida

o custo em cada missa

           pra dizer amém

 

Artur Gomes

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Irina ontem me perguntou se eu estava bem. Em relação a segunda sim, acho que o ofício de poeta me refaz. Enquanto isso Irina vem e vai como uma rima levada pelo vento sem tempo de captar 

 

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Mais perguntas chegando sobre o livro Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim. Desta vez da minha querida amiga Eugenia Henriques e me remetem outras possíveis facetas do Vampiro que eu mesmo não tinha ainda atentado pra elas.  Como o livro é escrito por 12 personagens a resposta para Eugenia pode ser verdadeiramente positiva, ou pelo menos estar presente nas entrelinhas das metáforas.

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Apesar da saúde da máquina corporal meio baqueada vamos chegando aos 7.6. Com 51 deles dedicados a poesia, jornada iniciada em 1973 com o lançamento do livro Um Instante No Meu Cérebro, livro com poemas dedicados aos ídolos musicais da época e a máquina linotipo, na Oficina de Artes Gráficas da Escola Técnica Federal de Campos, onde trabalhei de 1968 a 1985.

 

Ofício de Poeta

 

franzir a noite

é o mesmo que bordar o dia

costuro o tempo

com linha de pescar

moinhos de vento

entre o franzir e o bordado

escrevo um desenredo

e vou foto.grafando

filmando poesia

na solidão dos meus brinquedos

 

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

Editora Penalux - 2023

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fotografia

meu olho gótico TVendo
em mar de fogo e maresia

 

Artur Gomes

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foto grafia

na veia
netuno perdeu seu sapato
na areia

 

Artur Gomes

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fotografia

 

a arte de transformar o tempo

                                  em  poesia

 

Artur Gomes

Foto: may pasquetti

Congresso Brasileiro de Poesia

Bento Gonçalves-RS -outubro 2015  leia mais no blog

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porque hoje é sábado

 

há um traficante de armas

travestido de deputado

          porque hoje é sábado

há um jesus no asfalto esquartejado

porque hoje é sábado

há um deus negro

no quartel ensanguentado

porque hoje é sábado

há um bordel na praça dos 3 poderes

no planalto disfarçado

porque hoje é sábado

há um lance livre

na quitanda do mercado

porque hoje é sábado

há um beijo na boca

do amor desesperado

porque hoje é sábado

há um bacanal no barraco

 do templo alado

porque hoje é sábado

na casa dos fundos dormem

as cafetinas do senado

porque hoje é sábado

 

Artur Gomes

poema em construção 


           fotografia

 

um grito parado no Ar

a arte de colocar azul

                  onde não há


          fotografia

 

um olhar ligeiro

na hora de enxergar o meio

                      e querer inteiro

 

Artur Gomes

fotografia feita na praia de Guaxindiba - São Francisco de Itabapoana-RJ - 5 maio – 2018

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reformar recriar revisitar

ontem fiz uma postagem sobre os 7 anos da perda de Belchior para a cena cultural do país. Assisti   no Canal Brasil o programa  sobre a trilogia re de Gilberto Gil, com foco  sobre os discos: Refazenda, Refavela, Realce, onde ele fala da necessidade de reformar recriar revisitar.

https://www.youtube.com/watch?v=K3d_9TkZkcU

E no Roda Viva retrô de 1991, Gil é entrevistado por um grupo de jornalistas, que dialogam sobre as questões verdes, no meio ambiente, e suas visões políticas holísticas, cosmopolitas.

https://www.youtube.com/watch?v=M93WYLtuwSo

 Hoje vi em um dos meus grupos no zap o comentário do Luis Turiba:

“Viva Belchior

Porque hoje é sábado”

E me remete ao emblemático poema de Vinícius de Moraes que invadiu os palcos do Brasil lá pelos idos dos anos 70. Revisitar este poema e recriá-lo é um dos meus desafios do momento.

 

Artur Gomes

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